O tétano é uma doença aguda, caracterizada pela presença de espasmos musculares intensos e intermitentes e rigidez generalizada, como ...

TÉTANO




O tétano é uma doença aguda, caracterizada pela presença de espasmos musculares intensos e intermitentes e rigidez generalizada, como conseqüência da ação de uma toxina potente conhecida como tetanospamina, produzida pelo Clostridium tetani. Freqüentemente a doença é mortal, sobretudo nas idades extremas da vida, podendo ser evitada com a medicação adequada.

Esta doença caracteriza-se pela rigidez dos músculos de qualquer parte do corpo, de preferência dos grupos musculares do rosto, coluna vertebral, pescoço, abdômen e membros.

O tétano constitui um grave problema de saúde pública na maioria dos países em desenvolvimento e, em particular, na América Latina, onde, apesar da disponibilidade de programas de vacinação, a doença continua sendo uma causa importante de mortalidade. A letalidade desta doença é mais elevada nos recém-nascidos e nos adultos com mais de 60 anos.

A doença se inicia com a introdução do microorganismo (Clostridium tetani) no interior de uma ferida, onde prolifera e produz duas toxinas: tetanolisina e tetanospamina, que se disseminam pelo resto do organismo. A primeira não desempenha um papel importante no desenvolvimento da doença. A segunda, com grande afinidade pelo sistema nervoso, é a causadora das manifestações clínicas.

O período de incubação da doença é variável, normalmente de 3 a 21 dias, mas pode variar de 1 dia até alguns meses.

Quadro clínico

Existem quatro formas clínicas principais, segundo a gravidade, a origem e a extensão do processo.

Tétano Local: Caracteriza-se pela rigidez dos músculos próximos da ferida contaminada; este fenômeno atribui-se a pouca toxicidade do germe ou à vacinação parcial da pessoa infetada. Os sintomas persistem durante semanas ou meses, e desaparecem sem deixar seqüelas.

Tétano Cefálico: Esta forma de apresentação é pouco freqüente, e normalmente tem um período de incubação curto (24 a 48 horas). A porta de entrada se encontra na boca e no rosto, e caracteriza-se por paralisia dos músculos do rosto ou dos olhos e dificuldade para engolir.

Tétano Generalizado: É a forma mais freqüente e grave desta doença, e na qual se apresentam os sintomas clássicos, como os espasmos e a rigidez muscular; os músculos principais da mastigação (masseteres) são os primeiros afetados. Os espasmos ou convulsões consistem em contrações musculares violentas que ocorrem de forma espontânea ou são desencadeadas por
diferentes estímulos (luz, frio, ruído, tato, alimentação etc.), podendo levar à asfixia por falta de movimento dos músculos respiratórios. A cura leva de 4 a 6 semanas, dependendo da gravidade do processo e da resposta ao tratamento.

Tétano Neonatal: Geralmente a porta de entrada é o umbigo e tem um período de incubação curto, motivo pelo qual os sintomas podem apresentar-se 3 dias depois da exposição, atingindo seu ponto máximo no sexto ou sétimo dia. O primeiro sinal é a dificuldade ou incapacidade para sugar, desenvolvendo-se rapidamente a rigidez do corpo, seguida de espasmos generalizados. Os membros inferiores permanecem estendidos e os superiores flexionados, pegados ao tórax. As mãos se fixam em flexão sobre o antebraço, com os punhos firmemente fechados, os olhos permanecem fechados, o cenho franzido, e os lábios contraídos como se quisessem pronunciar a letra "u". O espasmo dos músculos respiratórios pode levar à suspensão da respiração. Ao final da quarta semana, os espasmos tendem a diminuir, persistindo por um período de 4 semanas.

Tratamento

O tratamento do tétano é destinado a cobrir vários aspectos: neutralização da toxina circulante com uma antitoxina específica, limpeza cirúrgica da ferida, ambiente tranqüilo para evitar o menor estímulo, traqueostomia quando os episódios convulsivos chegam a ser um problema e administração de antibióticos.

Já que o estímulo mais insignificante pode precipitar espasmos ou convulsões generalizadas, ou ambos, as pessoas infectadas requerem sedação e devem permanecer num ambiente adequado.

A antitoxina recomendada atualmente para o tratamento do tétano é a gamaglobulina humana antitetânica, administrada por via intramuscular. Esta antitoxina não neutraliza a toxina que já se encontra unida ou fixada ao sistema nervoso, mas somente a toxina circulante, motivo pelo qual não modifica as manifestações clínicas já presentes. A administração de antibióticos e a limpeza da ferida são medidas importantes para reduzir a produção de toxinas. A penicilina G é o antibiótico mais utilizado, administrado durante 10 dias.

A rigidez e os espasmos musculares podem ser reduzidos com a administração de diazepam

Prevenção

As diferentes medidas de prevenção se baseiam, principalmente, em atuar localmente sobre a ferida e na vacinação. O tratamento local consiste na limpeza cirúrgica da ferida e na administração de antibióticos. Em segundo lugar vem a vacinação com o toxóide.

A partir dos dois meses de idade o lactente deve receber três injeções da vacina tríplice (difteria, tétano e coqueluche), separadas por um intervalo de 1 a 2 meses. Aos 18 meses de idade e aos 6 anos, devem ser administrados reforços, e, depois, a cada 10 anos. Nos adultos ou nas crianças com mais de 6 meses não vacinados, administram-se 2 doses de vacina separadas por 1 mês, com um reforço por ano e, a partir de então, 1 dose a cada 10 anos.


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