O acompanhamento pré-natal é fundamental para evitar os riscos de uma gravidez com incompatibilidade sanguínea, principalmente em relaçã...

Incompatibilidade sanguínea


O acompanhamento pré-natal é fundamental para evitar os riscos de uma gravidez com incompatibilidade sanguínea, principalmente em relação ao fator RH.

Assim que a mamãe sabe que está grávida, marca sua visita ao médico para iniciar o pré-natal. Em todo início de gravidez são exigidos inúmeros exames e testes, entre eles, a tipagem sanguínea e o fator Rh da mãe e do pai para saber se há risco de incompatibilidade entre o sangue da mãe e do feto.
Especialista realizando análise de sangue

Segundo o Dr. Antônio Braga, obstetra da Maternidade da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, na verdade, existem alguns tipos de incompatibilidade sanguínea. O principal deles é a incompatibilidade do sistema ABO, quando o sangue da mãe é diferente do sangue do pai, independente do fator Rh. “Nesse caso, não há muito com o que se preocupar. O máximo que acontece é a criança apresentar icterícia, uma cor mais amarelada do que o normal. Pode ser tratado na maternidade com fototerapia ou com exposições moderadas ao sol”, explica o especialista. Em 2% dos casos de incompatibilidade devido aos tipos sanguíneos, ocorrem em tipos não pesquisados normalmente.
A principal preocupação do médico é a incompatibilidade do sistema Rh, que ocorre caso o bebê tenha o Rh positivo herdado do pai e a mãe possua o fator Rh negativo. Como essa incompatibilidade é bem menos freqüente, ela apresenta os casos mais graves de doença hemolítica do recém-nascido ou eristoblastose fetal. Nessa doença, o feto pode falecer na gestação ou após o nascimento. A doença hemolítica pode resultar também em um recém-nascido com anemia profunda, provocando icterícia grave, além de surdez e de paralisia cerebral.
Quando há incompatibilidade sanguínea devido ao fator Rh há sensibilização na mamãe, pois o sangue dela reconhece o bebê como um “intruso” e começa a criar anticorpos contra ele. Como os anticorpos que são produzidos na primeira gravidez são moléculas grandes, elas não são capazes de atravessar a barreira da placenta. Por isso, na primeira gravidez, se o sangue da mãe entrar em contato com o sangue do bebê que seja incompatível, nada acontece. Mas, se engravidar novamente e a mamãe não tiver feito o tratamento adequado na gestação anterior, os anticorpos que são produzidos são moléculas menores, que conseguem atravessar a placenta e vão destruir as hemácias do bebê. “A destruição das hemácias provoca uma grave anemia e pode causar edema fetal generalizado, aumento do líquido amniótico e até a morte do bebê. Os bebês que sobrevivem apresentam grave anemia ou icterícia rara”, esclarece o Dr Antônio Braga.
Para se prevenir de problemas decorrentes do tipo sanguíneo, a mamãe deve iniciar o pré-natal assim que fica sabendo que está esperando o seu bebezinho. O obstetra deve fazer uma pesquisa detalhada sobre o histórico clínico da mamãe para buscar situações que possam ter sensibilizado-a. Mesmo com esse cuidado, Braga explica que a prevenção deve ser feita com o medicamento chamado anti-D, que evita a sensibilização, nas primeiras 72 horas pós-parto. “Em casos de gestantes que já foram afetadas, na segunda gestação devem ser acompanhadas em Centro de Referência ou por especialista em Gestação de Alto Risco para que nada aconteça com o feto”, alerta o obstetra.
Dúvidas recorrentes
Pais com o Rh igual podem ter filhos com problemas hemolíticos?
Existem casos que mesmo que os pais tenham o Rh igual, a criança nasce com alguma doença hemolítica. Isso ocorre por conta de incompatibilidade do sistema ABO, que normalmente não desenvolve doenças graves, no máximo uma icterícia leve, coloração amarelada na pele que pode ser corrigida com tratamento fototerápico no berçário, ou até mesmo com o sol. Segundo o Dr. Antônio Braga, obstetra da Maternidade da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, outro motivo que pode causar doenças no sangue, no caso de Rh igual entre os pais, é a incompatibilidade de anticorpos irregulares, o mais comum deles é o Duff. Esses são mais raros, atingem 2% dos casos e só são pesquisados quando há alguma doença grave sem motivo aparente.
Depois de ter um bebê nascido com eristoblastose fetal, o que a mãe deve fazer para engravidar novamente sem riscos?
Em casos onde a mamãe tem o Rh (–) e o bebê tem o Rh (+) há riscos de sensibilização no sangue, após o primeiro parto a mamãe deve tomar uma vacina em até 72 horas, para que não ocorra sensibilização em uma próxima gravidez. Mães que já foram sensibilizadas, que tiveram abortos ou bebês com eristoblastose precisam fazer pré-natal em centro especializado, pois tem mais chances de ter outro bebê com a doença ou de perder o bebê.
As vacina que os médicos aplicam nas gestantes com Rh (-) protegem contra o que?
As vacinas aplicadas em gestantes com Rh(-) que tenham possibilidade de ter filhos com Rh(+) servem para prevenir que o sangue da mãe reconheça o bebê como um “corpo estranho” e ataque as células dele. A vacina evita que a mãe se sensibilize contra o sangue Rh(+) e não cause problemas para o bebê.

 



Você também pode se interessar

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.