O que fazer quando a dieta deixa de funcionar.

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No início, tudo corre bem e emagrece a bom ritmo, mas eis que chega uma altura em que deixa de perder peso. Nessa altura, a última coisa em que deve pensar é em desistir, porque ainda é possível levar o barco a bom porto.Acredite que sabemos bem como isso é: a dieta correu-lhe às mil maravilhas durante os primeiros meses, de tal maneira que já se via quase, quase a atingir o objectivo pretendido. Até que, a partir de certa altura, e sem que tivesse feito nenhuma ‘asneira' alimentar, o ponteiro da balança teima em declarar-lhe guerra e aqueles quilos que restam mostram-se reticentes em partir. ‘Será que não vou passar daqui?', pergunta-se. Claro que vai, mas para isso é preciso não desistir. Nós fomos saber porquê e como pôr a dieta novamente a andar para a frente.

A culpa é do nosso corpo

É normal esse abrandamento da perda de peso quando se segue um regime de emagrecimento "Os quilos em excesso não foram ganhos de um dia para o outro, mas sim ao longo de anos e anos, pelo que é natural que não se percam rapidamente", recorda o endocrinologista Mário Rui Mascarenhas "O emagrecimento, numa fase inicial, é mais acelerado, até porque há mais quilos para perder, seguindo-se um abrandamento - e é nesse altura que a pessoa se convence, erradamente, que não está a chegar ao objectivo".

Por outro lado, como realça a nutricionista Vanda Teixeira, "o organismo adapta-se com o passar do tempo à redução calórica que um regime de emagrecimento implica", ou seja, acaba por cumprir as suas funções com um número de calorias limitado - entre 1500 a 2000 - deixando de ‘queimar' gorduras com a mesma facilidade do início, quando ainda não estava habituado a receber tão pouco.

Como fazer o regime avançar

Esclarecidos os motivos porque a dieta abranda, resta saber como continuar em frente.

Mantenha-se fiel à dieta. "Nesta fase é muito importante não desistir: a pessoa tem de estar consciente que, apesar de demorar mais tempo, o objectivo pode ser cumprido, pelo que deve continuar a obedecer ao regime prescrito", explica o endocrinologista Mário Rui Mascarenhas.

Combata o desejo de ver resultados. Não vale a pena estar sempre a pensar no assunto e a pesar-se todos os dias. Faça-o apenas uma vez por semana. Lembre-se que está provado que, quanto mais depressa emagrece, mais rapidamente esses quilos regressam; sendo assim, os regimes em que o peso é perdido de forma gradual e sustentada são os que oferecem resultados mais sólidos.

Aumente a actividade física. Se o seu organismo se adaptou ao menor número de calorias que passou a receber, é preciso dar-lhe uma ajuda extra, acelerando o metabolismo e permitindo-lhe queimar as calorias que sobram. Só perde peso conjugando um regime alimentar equilibrado com exercício físico e é chegado o momento de investir a sério neste último: se vai duas vezes por semana ao ginásio, passe a ir três, se faz caminhadas de meia hora, comece a andar durante mais dez minutos e, se usa o elevador, habitue-se às escadas.

Faça testes de despitagem. Caso não tenha realizado exames médicos antes de iniciar a dieta, é possível que tenha chegado a altura de os fazer. Fale com o seu médico, dado que alguns problemas de saúde podem estar a dificultar-lhe a vida. Encontram-se nesta lista os distúrbios ao nível da glândula tiróide (hipotiroidismo) e da glândula supra-renal, que condicionam a tendência para uma não redução de peso. O mesmo se aplica à Síndrome do Ovário Policístico (SOP) ou aos medicamentos à base de cortisona.

Controle os factores de stress. "A ansiedade é causadora de um aumento da produção de cortisol que, por sua vez, ajuda a produzir maior quantidade de açúcar que se acumula no organismo sob a forma de gordura", explica Mário Rui Mascarenhas, "o que é um factor que pode agir como um factor de contra regulação da perda de peso". Se até agora andou preocupada com o corpo, dê alguma atenção à mente e encontre maneiras de se acalmar: a prática de ioga, de tai-chi ou de meditação revelam-se ferramentas poderosas no combate ao stress.